Sebastião Brito
Versos e Prosas
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Lamento

Dói-me tanto!
Ficar ruminando lembranças de tua
avalanche de fúria,
recomendando-me buscar respostas  do
indecifrável
do irreplicável.

Dói-me tanto!
Reviver o desconforto de teus
socates da intolerância
ao recolheres lençóis sob meus glúteos
em possível última alcova.

Não há como não gemer
trespassado pela flecha
do desprezo
que rompe o ventrículo que soía receber afagos
e,
abrupto,
presencia a despedida.

Eterno é apenas uma expressão do vocábulo?...

Tu queres fazer temporário o que eu julgava perene?...

Não creio em inferno,
mas habitam em mim sensações descritas por seus crentes!

Abriga neste peito
a massa cardíaca que, de repente, inverte a lógica:
bater,
por apanhar.

Ainda não alcanço o piso do abismo em que me lançastes...
Procuro flutuar na atmosfera dos sentimentos que
me sufocam
me engasgam...
Não quero soer com meus gritos de desespero...
Tu me ouves?!

O meu odor, que antes te enlevava, deu lugar
ao tédio fétido
da desilusão?

No porvir
resplendecerão sentimentos que
gerarão choros, oriundos de atitudes do desamor...



Aqui,
paixão,
suo o sangue do aflito ao proferir este
lamento
em que a dor,o sentimento e a desilusão
se ladeiam
se enamoram
e se casam
para gerar o mais provável fruto da discórdia:
o congelamento do que era cálido
a indesejável cinza do amor
a separação.


Avante,
amor,
o abraço do gelo anunciará que
o louro
o êxtase
o suor em chuva
e o repouso exânime
ficaram no pretérito,
a desídia  esterilizou glândulas
e o cérebro  sepultou hormônios
transformando-nos conteúdos de féretros ambulantes .


Sebastião Brito Filho

Brito Filho Sebastião
Enviado por Brito Filho Sebastião em 21/06/2024
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